Vereador Julio Mariano comenta: A Santa Casa está para dar seu último suspiro

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Saúde é uma das principais preocupações do brasileiro e também um dos maiores desafios dos governantes. Em um levantamento do Ministério da Saúde para atestar a qualidade do Sistema Único de Saúde (SUS), a média nacional ficou em 5,5, em uma escala de 0 a 10. Outro problema nacional é a mão de obra, não apenas faltam médicos no interior, mas também estrutura para o atendimento e oportunidades para a capacitação dos profissionais.

Apesar da promessa de atender a todos, o Brasil é um dos países que menos investe em saúde resultando em apenas R$1.580,00 por habitante/ano, enquanto que o Canadá investe mais de R$ 12.960,00 por habitante/ano e nos países da América do Sul, a Argentina investe quase R$ 2.268,00 reais por habitante/ano e o Chile quase R$1.780,00.

Para especialistas, no entanto, o problema da saúde no Brasil não é apenas de financiamento e a situação é agravada por fraudes e corrupção, problema grave que precisa ser solucionado e cuja solução está em um gerenciamento eficiente, eficaz e competente, somado a um financiamento adequado.

Voltando aqui para nosso Município encontramos uma Santa Casa em situação preocupante. No início de seu mandato em 2017, os novos gestores da Prefeitura Municipal devolveram a Santa Casa à Irmandade da Santa Casa de Misericórdia  que encontrou uma dívida quase 7 vezes maior do que a contabilizada à época da Intervenção, feita em julho de 2014.

A situação financeira se agravou com o fim do Plano Santa Casa Saúde que injetava na Santa Casa mais de R$300 mil mensais pelos serviços prestados aos usuários dele; soma-se a isso, a diminuição drástica dos atendimentos a pacientes particulares ou de outros Planos de Saúde, reduzindo drasticamente as fontes de recursos.

Outro fator negativo que pesa contra a entidade é a necessidade de reforma do prédio para adequar as instalações com o que preconiza a Agência Nacional de Saúde (ANS). Hoje encontramos um hospital sem a hotelaria adequada, com o Centro Cirúrgico precisando de reformas, que não consegue prestar todos os serviços que estão pactuados com o SUS, e tudo isso devido aos recursos repassados para o hospital serem inferiores ao necessário.

Hoje a Prefeitura repassa para a entidade R$1,35 milhão, valor insuficiente para custear as despesas mensais do Hospital. 

Levantamentos feitos recentemente apontam que o custo hospitalar da Santa Casa hoje está em torno de R$1,9 milhão, porém, é sabido que a Prefeitura não possui recursos para aumentar o valor de repasse mensal necessário, tornando imperioso buscar alternativas para melhorar a arrecadação do hospital e uma das maneiras é aumentar os atendimentos aos convênios e particulares.

Os governantes municipais e os administradores da Santa Casa têm corrido atrás de soluções, mas, todas elas esbarram nos valores dos recursos disponíveis. Assim sendo, o Vereador Julio Mariano, que já esteve no comando da Administração da Santa Casa, no período de janeiro de 2013 a julho de 2014, tem procurado dar sua contribuição.

A Santa Casa gasta com as contas de consumo de água em torno de R$15.000,00/mês, porém, possui um poço artesiano que foi doado pela Associação Cultural de São Roque para a Irmandade e que hoje atende somente o CEMENE – Centro Médico e Nefrológico de São Roque, ou seja, a Clínica de Hemodiálise que é administrada pelo Instituto Sul-Americano para a Promoção da Equidade do Desenvolvimento Sustentável (ISDEM). E embora o poço artesiano tenha vazão suficiente para atender a Clinica e o Hospital, a administração da Clínica se recusa a deixar a Santa Casa a usar a água do mesmo poço, o que motivou o vereador a encaminhar Ofício aos seus administradores solicitando a concessão de direito de uso do poço artesiano pela Santa Casa.

De outro lado, a Santa Casa atende todas as ocorrências de acidentes que se originam nas Rodovias Raposo Tavares e Castelo Branco, que cortam o município e são administradas pela CCR-ViaOeste, e por esta razão, o vereador encaminhou à empresa Ofício pedindo ajuda financeira para a reforma do Pronto Atendimento.

“A situação da Santa Casa é preocupante e compromete a saúde de todos nós são-roquenses, pois, não se faz mais cirurgias e outros procedimentos médicos em nosso município. A Prefeitura não consegue aumentar o valor de custeio. Pequenas atitudes ajudam, mas, não são suficientes e precisamos urgentemente achar uma saída para ajudar a instituição, caso contrário, ficaremos a mercê do atendimento de outros municípios”, finalizou Julio Mariano do PSB, Vereador de São Roque.